MPF pede condenação do governador de MT e mais 4 por esquema em compra de mineradora
O Ministério Público Federal (MPF) apresentou, no último dia 3 de março, alegações finais e reafirmou o pedido para que a Justiça Federal condene o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), e mais quatro pessoas por improbidade administrativa.

Eles são acusados de fraudarem o processo de venda de uma mineradora que foi leiloada pelo Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso (TRT-MT).
Além de Mauro, também são réus um sócio e sua filha, um corretor de imóveis e um juiz trabalhista que foi aposentado compulsoriamente pelo TRT após responder processo disciplinar pelos mesmos fatos.
A ação civil pública que apura prática de improbidade administrativa tramita desde 2014 na 3ª Vara da Justiça Federal de Cuiabá, sob os cuidados do juiz César Augusto Bearsi.
Na ação, o MPF alegou que o juiz aposentado fraudou o processo de venda da Mineração Salomão, que estava falida e havia sido confiscadas em execuções trabalhistas, para beneficiar diretamente o grupo empresarial de Mauro Mendes que acabou comprando a empresa por um preço bem abaixo do que valia.
Após a venda direta realizada pelo juiz do TRT ao grupo de Mendes a empresa passou a se chamar Mineração Casa de Pedra.
Um laudo de 1999 apontava que o potencial aurífero da área era superior a R$ 723 milhões. Mas, a venda direita feita pelo juiz ao grupo de Mauro foi realizada por R$ 2,8 milhões, a partir de um laudo feito por um corretor de imóveis.
Segundo o MPF, o juiz e um corretor de imóveis teriam recebido um apartamento no valor de R$ 185 mil como propina para que o magistrado, em conluio, direcionasse a venda ilegal ao grupo empresarial do governador - que já havia tentado adquirir a mineradora de seus antigos sócios reiteradas vezes, sem sucesso.
